A palavra convoca uma estranheza envergonhada - por vezes essa é a única saída para quem abjura os significados lexicais, mais até do que as regras de trânsito. Marcelo, o sobrinho do último Rei absoluto, não se livra da fama e do proveito. Não esqueçamos que há muito mais entre a vichyssoise de uma coligação derrelicta e a canja de um velhote adoentado do que supõe a nossa vã filosofia.
23/01/13
14/01/13
Fui ali ao Mali
Hollande fez aterrar em Bamako os herdeiros das derrotas de Leipzig, 1940 e Dien-Bien-Phu. Não se trata de um ajuste de contas com a história - a França não tem agora esse poder - mas de uma tentativa de recuperar a memória de um país que já foi «grande» (seja lá o que isso quer dizer). A tudo o mundo assiste, desinteressado - do país invasor e, mais ainda, do país invadido.
11/01/13
On the origin of Chanel
Charles Darwin - não nos espantemos com isto - não sabia muito bem o que era uma «espécie», esse agrupamento «natural» de indivíduos. A aporia sincera do naturalista inglês discerne-se nas poucas páginas que dedica ao assunto, ainda no início d'A Origem. Como que fugindo à definição, Darwin refugia-se nessa palavra mais amplamente inclusiva que é «variedade». O mundo revela-se nas suas variedades, na infinitude contrastante que o constitui. Homens e mulheres, animais e plantas, religiosos e ateus, vivos e sobreviventes, materialistas e espirituais: variedades alicerçadas na oposição mutual (vide Ferdinand de Saussure), adversárias em retrospectiva e apenas na linguagem. Sem ódio mútuo, honrando a diferença.
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